Em se tratando de reforma íntima:

“Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz. Precisamos fazer mais e dizer menos.

Francisco Rebouças.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Estudos doutrinários - O Espiritista

Continuação do estudo sobre mediunidade (3º).
11 - Quer dizer que, no fundo, é sempre o médium o responsável, mesmo que tenha faculdade inconsciente, por aquilo que vem através dele?

Divaldo - Daí dizer-se que em todo fenômeno mediúnico há um efeito anímico, assim como em todo fenômeno anímico há uma expressão mediúnica. Por melhor que seja o pianista, o som é sempre do piano.

12 - O que deve fazer o médium quando influenciado por entidades da reunião, no trabalho, no lar? Quais as causas dessas influências?

Divaldo - No capítulo 23º de O Livro dos Médiuns, Da Obsessão, o Codificador reporta-se à invigilãncia das criaturas. É natural que o indivíduo seja médium onde quer que se encontre. A mediunidade não é uma faculdade que só funcione nas reuniões especializadas. Onde quer que se encontre o indivíduo, aí estão os seus problemas. É perfeitamente compreensível que não apenas na oficina de trabalho, como na rua, na vida social, ele experimente a presença dos espíritos; não somente presenças positivas, como também perniciosas, entidades infelizes, espíritos levianos, ou aqueles que se comprazem em perturbar e aturdir. Cumpre ao médium manter o equilíbrio que lhe é proposto pela educação mediúnica. Mediante a educação mediúnica pode-se evitar a interferência desses espíritos perturbadores em nossa vida de relação normal, para que não venhamos a cair na obsessão simples, que é o primeiro passo para a subjugação - etapa terminal de um processo de três fases.
Quando estivermos em lugar não apropriado ao exercício da mediunidade ou à exteriorização do fenômeno, disciplinemo-nos, oremos, volvamos a nossa mente para idéias otimistas, agradáveis, porque mudando o nosso clichê mental, transferimo-nos de atividade espiritual.
É necessário que os médiuns estejam vigilantes, porque é muito comum, graças àquele atavismo a que já nos reportamos, a pessoa se caracterizar como médium por meio de pantomimas, de manifestações exteriores. Como querendo provar ser médium, a pessoa insensata faz caretas, toma choques, caracterizando-se com patologias nervosas. A mediunidade não tem nada a ver com essas extravagâncias muito ao gosto dos exibicionistas.
Como acontece com pessoas que, quando escrevem com a mão, também escrevem com a boca, retorcendo-se, virando-se. Não tem nada a ver uma coisa com outra. A pessoa para escrever assume uma postura correta, que aprendeu na escola.
O médium deve aprender também a incorporas sem esses transtornos nervosos. No exercício da mediunidade é preciso educar a postura do médium, para que ele seja intermediário equilibrado, não dando ensejo a distonias na área mediúnica.

13 - É possível ao médium distinguir as alterações psíquicas e orgânicas que lhe são próprias das que estão procedendo dos espíritos desencarnados?

Divaldo - Um dos comportamentos iniciais do médium deve ser o de estudar-se. Daí ser necessário estudar a mediunidade. Eu, por exemplo, quando comecei o exercício da mediunidade, ia a uma festa e assimilava de tal forma o psiquismo do ambiente, que me tornava a pessoa mais contente dali. Se ia a um casamento eu ficava mais feliz que o noivo. Se ia a um enterro ficava mais choroso que a viúva, porque me contaminava psiquicamente, e ficava muito difícil saber como era a minha personalidade. Pois, de acordo com o local, havia como que um mimetismo, isto é, eu assimilava o efeito do ambiente.
Lentamente, estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades e comportamentos, logrei traçar o meu perfil pessoal, e estabelecer uma conduta medial para que aqueles que vivem comigo saibam como eu sou, e daí possam avaliar os meus estados mediúnicos.
De início, o médium terá algumas dificuldades, porque o fenômeno produz uma interposição de personalidades estranhas a sua própria personalidade. Somando-se velhas dificuldades à sensibilidade mediúnica, o sensitivo passa a ter muito aguçadas as reminiscências das vidas pretéritas, não o caráter da consciência, mas o somatório das experiências.
Recordo-me que, em determinada época da minha vida, terminada uma palestra ou reunião mediúnica, eu tinha uma necessidade imperiosa de caminhar. Caminhar até a exaustão física. Naquele período claro-escuro da mediunidade, sem saber exatamente como encontrar a paz, os espíritos me receitaram trabalho físico, para que, cansado, fosse obrigado ao repouso físico, porque tinha dificuldades de dormir. A vida física era-me muito ativa e, mesmo quando o corpo caía no colapso, a mente continuava excitada, e eu me levantava no dia seguinte pior do que havia deitado. Então, às vezes, eu preferia não deitar.
Com o tempo fui formando meu perfil de comportamento, de personalidade, aprendendo a assumir a responsabilidade dos insucessos e a transferir para os Mentores os resultados das ações positivas que são sempre de Deus, enquanto os erros são sempre nossos. Estaremos sempre em sintonia com espíritos de comportamento idêntico ao nosso. Daí, o médium vai medindo as suas reações, suas mágoas, ciúmes, invejas, e irá identificando as reações positivas, a beleza, o desejo de servir. Por fim, aprende a selecionar quando é ele e quando são os espíritos que estão agindo por seu intermédio.

14 - O que determinará a qualidade dos espíritos que, pela lei das afinidades, serão impelidos a se afinarem conosco nas práticas mediúnicas?

Raul - Compreendemos que todos nós renascemos com determinadas tarefas a realizar, e para esse entendimento, há aqueles que renascem com a tarefa da mediunidade. O chamamento da mediunidade na hora correta mostra aquele que porta o compromisso ajustado. Normalmente, as entidades que deverão trabalhar, que deverão atuar no campo mediúnico, dirigindo as lides entre os companheiros da Terra, já vêm ajustadas desde os seus contatos no mundo espiritual. Elas se posicionam como verdadeiros guardiães para que, em momento oportuno, o indivíduo se apresente diante do chamado.
Há outros espíritos que estão associados a essa programática reencarnatória e que se afinam com o encarnado fora do labor da mediunidade; e, à semelhança de alguém que se transfira de uma casa para outra, de um bairro para outro, vai surgindo a vizinhança nova e vão mostrando os espíritos que se unem por afinidades, por sintonia de gosto com aqueles que são os médiuns.
O médium, desejoso que a sua vizinhança espiritual seja do melhor naipe, deverá preparar-se para ser também de bom teor a sua vida. Como nos ensina Emmanuel, deverá ligar-se aos que estão na faixa do Cristo (¹). E, mesmo quando se manifestem entidades enfermas, o médium estará servindo à enfermagem espiritual, da mesma forma que um enfermeiro num hospital da comunidade, embora atenda a diversos doentes, a vários pacientes de múltiplas características, nem por isso assimilará as mazelas do doente. Um médico que trabalhe com doenças contagiosas, nem por isso contrairá as moléstias das quais trata. Então, esses médiuns que estão laborando com os diversificados tipos espirituais procurarão ajustar-se aos Espíritos Benfeitores, unir-se pela vivência, pela prática do amor e da caridade, em suas várias dimensões.
Entendemos, com a Doutrina Espírita, que para nos ajustarmos aos Espíritos Nobres será necessário enquadrar nossa romagem, pensamentos e hábitos ao bem e ao trabalho da caridade.

1. XAVIER, F.C. Seara dos médiuns, Emmanuel, capítulo 38, 2ª edição, FEB, Rio de Janeiro - RJ, 1973.

15 - Que utilidade tem a mediunidade de vidência?

Divaldo - A utilidade é a de desvelar os painéis do mundo espiritual, sabendo observá-los, e, melhor ainda, mantendo discrição no traduzi-los, para não a transformar num informativo de leviandades.
Fonte:
Livro: Diretrizes de Segurança
Divaldo Franco e José Raul Teixeira.
JFCR.

Estudos doutrinários - O Espiritista

Fascinação

Levantara-se a dama, de esquisita maneira, e, rodopiando sobre os calcanhares, qual se um motor lhe acionasse os nervos, caiu em convulsões, inspirando piedade.

Jazia sob o império de impassíveis entidades da sombra, sofrendo, contudo, mais fortemente, a atuação de uma delas que, ao enlaça-la, parecia interessada em aniquilar-lhe a existência.

A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança de loba ferida, gritava a debater-se no piso da sala, sob o olhar consternado de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio.

Coleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a guarda generosa de sentinelas da casa.

Áulus e o irmão Clementino, usando avançados recursos magnéticos, interferiram no deplorável duelo, constrangendo o obsessor a desvencilhar-se, de certo modo, da enferma que continuou, ainda assim, dominada por ele, a estreita distância.

Após reerguer a doente, auxiliando-a a sentar-se, rente ao marido, nosso instrutor deu-se pressa em explicar-nos:

- É um problema complexo de fascinação. Nossa irmã permanece controlada por terrível hipnotizador desencarnado, assistido por vários companheiros que se deixaram vencer pelas teias da vingança. No ímpeto de ódio com que se lança sobre a infeliz, propõe-se humilhá-la, utilizando-se da sugestão. Não fosse o concurso fraternal que veio recolher neste santuário de prece, em transes como este seria vítima integral da licantropia deformante. Muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental nos manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.

Ao passo que a doente gemia de estranho modo, amparada pelo esposo e por Raul, que se esmerava no auxilio, Hilário, espantado, indagou:

- Tão doloroso fenômeno é comum?

- Muito generalizado nos processos expiatórios em que os Espíritos acumpliciados na delinqüência descambam para a esfera vibratória dos brutos – esclareceu nosso orientador, coadjuvando em beneficio da enferma, cujo cérebro prosseguia governado pelo insensível perseguidor como brinquedo em mãos de criança.

- E por que não separar de vez o algoz da vitima?

- Calma, Hilário! – ponderou o Assistente.

- Ainda não examinamos o assunto em sua estrutura básica. Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade. Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre. Não basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro. Não há dor sem razão. Atendamos, assim, à lei da cooperação, sem propósito de nos anteciparmos à Justiça Divina.

Raul, sob o controle do mentor da casa, tentava sossegar o agitado comunicante, recordando-lhe as vantagens do perdão e incutindo-lhe a conveniência da humildade e da prece.

Aflito, como não querendo perder o fio da lição, meu colega abeirou-se de nosso orientador e alegou:

- Todavia, para colaborar em favor desses irmãos em desespero, será suficiente o concurso verbalista?

- Não lhes estendemos simplesmente palavras, mas acima de tudo o nosso sentimento. Toda frase articulada com amor é uma projeção de nós mesmos. Portanto, se é incontestável a nossa impossibilidade de oferecer-lhes a libertação prematura, estamos doando, em favor deles, a nossa boa-vontade, através do verbo nascido de nossos corações, igualmente necessitados de plena redenção com o Cristo.

E, num tom demasiado significativo, Áulus acrescentou:

- Analisando o pretérito, ao qual todos nos ligamos, através de lembranças amargas, somos enfermos em assistência recíproca. Não seria lícito guardarmos a pretensão de lavrar sentenças definitivas pró ou contra ninguém, porque, na posição em que ainda nos achamos, todos possuímos contas maiores ou menores por liquidar.

Interrompendo a conversação, nosso instrutor lançou-se ao amparo eficiente da dupla em desesperada contenda.

Para o cuidado fraterno de que dava testemunho, a doente e o perseguidor mereciam igual carinho.

Aplicou passes de desobstrução à garganta da enferma e, em breves instantes, o verdugo começou a falar, através dela, numa algaravia, cujo sentido literal não conseguíamos perceber.

Entretanto, pela onda de pensamento que lhe caracterizava a manifestação, sabíamos que a ira se lhe extravasava do ser.

Raul Silva, a seu turno, recolhendo impressões idênticas, pela dura inflexão da voz com que as palavras eram pronunciadas, procurava asserená-lo quase em vão.

Observando a enferma completamente transfigurada e assinalando-nos a muda interrogação, Áulus se deteve por alguns minutos a auscultar o cérebro do comunicante e o da médium, como a sondar-lhes o mundo íntimo, e, seguida, voltou para junto de nós.

Diante da profunda apreensão que passou a dominar-lhe o rosto, Hilário tomou-me a dianteira, inquirindo, assombrado:

- A que causa atribuir semelhante conflito?

- Tentei alguma penetração no passado a fim de algo saber – respondeu o orientador, entristecido. – As raízes da desavença vêm de longa distância no tempo. Não obstante o dever de não relacionar pormenores, para não conferir maior saliência ao mal, posso dizer-lhe que o enigma perdura vai já em pouco mais de um milênio. Nosso infeliz irmão fala um antigo dialeto da velha Toscana, onde, satisfazendo a absidiada de hoje, se fez cruel estrangulador. Era legionário de Ugo, o poderoso duque da Provença, no século X... Pela exteriorização a que se confia, acompanholhe as terríveis reminiscências... Reporta-se ao saque de que participou na época a que nos referimos, no qual, para satisfazer à mulher que lhe não correspondia ao devotamento, teve a infelicidade de aniquilar os próprios pais... Tem o coração como um vaso transbordante de fel...

Porque o Assistente se interrompera, meu colega naturalmente tão interessado quanto eu em maiores revelações, pediu-lhe mais ampla incursão no passado, ao que Áulus nos recomendou aquietássemos o espírito de consulta.

A volta aos quadros terrificantes, largados ao longe por aquelas almas em sofrimento, a ninguém edificaria.

Eram dois corações desesperados, no inferno estabelecido por eles mesmos.

Não convinha analisar-lhes o sepulcro de fogo e lama, nas sobras da retaguarda.

Restaurando a atenção no estudo que nos cabia fazer, lembrei a questão do idioma.

Achávamo-nos no Brasil e a obsidiada ensaiava frases num dialeto já morto.

Por que motivo não assimilava o pensamento da entidade, a empolgar-lhe o cérebro em ondas insofreáveis, transformando-o em palavras do português corrente, qual acontecera em numerosos processos de intercâmbio sob nossa observação?

- Estamos à frente de um caso de xenoglossia – explicou o Assistente. – O filtro mediúnico e a entidade que se utiliza dele acham-se tão intensamente afinados entre si que a passividade do instrumento é absoluta, sob o império da vontade que o comanda de modo positivo. O obsessor, por mais estranho pareça, jaz ainda enredado nos hábitos por que pautava a sua existência, há séculos, e, em se exprimindo pela médium, usa modos e frases que lhe foram típicos.

- Isso, entretanto – objetou Hilário -, é atribuível à mediunidade propriamente dita ou à sintonia mais completa?

- O problema é de sintonia – informou o Assistente.

- Contudo, se a doente não lhe houvesse partilhado da experiência terrestre, como legítima associada de seu destino, poderia o comunicante externar-se no dialeto com que se caracteriza?

- Positivamente não – esclareceu Áulus. – Em todos os casos de xenoglossia, é preciso lembrar que as forças do passado são trazidas ao presente. Os desencarnados, elaborando fenômenos dessa ordem, interferem, quase sempre, através de impulsos automáticos, nas energias subconscienciais, mas exclusivamente por intermédio de personalidades que lhes são afins no tempo. Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não quer dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Mostra simplesmente que o psicógrafo traz consigo, de outras encarnações, a arte da escrita já conquistada e retida no arquivo da memória, cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar.

Hilário fez o gesto indagador do aprendiz e insistiu:

- Podemos concluir, então, que se a enferma fosse apenas médium, sem o pretérito de que dá testemunho, a entidade não se exprimiria por ela numa expressão cultural diferente da que lhe é própria...

- Sim, sem dúvida alguma – aprovou o instrutor -; em mediunidade há também o problema da sintonia no tempo...

E, de olhar vago, acentuou:

- O fato sob nossas vistas pode ser, de certo modo, comparado às correntes dágua. Cada qual tem o seu nível. As águas à flor da terra guardam a serventia e o encanto que lhes são peculiares, contudo, somente as águas profundas encerram o tesouro educado ou inculto das enormes forças latentes, que podem ser convenientemente utilizadas quando aquelas são trazidas à superfície.

A lição era de subido valor, no entanto, fazia-se necessário agir no trabalho assistencial.

Conjugando nosso esforço, separamos, de alguma sorte, o algoz da vitima, conquanto, segundo apontamento de nosso orientador, continuassem unidos pela fusão magnética, mesmo a distância.

Companheiros de nossa esfera retiraram o Espírito obsidente, encaminhando-o a certa organização socorrista.

Ainda assim, a doente gritava, afirmando estar à frente de medonho estrangulador em vias de sufocá-la.

Aplicando-lhe passes de reconforto, Áulus esclareceu:

- Agora é apenas o fenômeno alucinatório, natural em processos de fascinação como este. Perseguidor e perseguida jazem na mais estreita ligação telepática, agindo e reagindo mentalmente um sobre o outro.

Gradativamente, a enferma acalmou-se.

Finda a crise, perguntei ao nosso orientador sobre o remédio definitivo à dolorosa situação, ao que respondeu com grave entono:

- A doente está sendo preparada, tendo-se em vista uma solução justa para o caso. Ela e o verdugo, em breve, serão mãe e filho. Não há outra alternativa na obtenção do trabalho redentor. Energias divinas do amor puro serão mais profundamente tocadas em sua sensibilidade de mulher e nossa irmã praticará o santo heroísmo de acolhe-lo no próprio seio...

Em seguida, deixando-nos pensativos, caminhou no rumo de outro necessitado, enquanto exclamava:

- Louvado seja Deus pela glória do lar.
Livro: Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 23º - FEB.
André Luiz /Francisco C. Xavier.
JFCR.

domingo, 27 de abril de 2008

Os inimigos do Invisível!

Além dos nossos desafetos do plano material, é importante que não nos esqueçamos de que também os temos no outro lado da vida, ou seja na vida espiritual, e que dessa forma, é prudente que desde já busquemos entrar em contato com os nossos irmãos que por qualquer motivo não têm conosco uma boa convivência em nossa atual romagem terrena, para se possível desfazermos os motivos de tais desarmonias e nos guiar pelas instruções do Mestre de Nazaré para que façamos nossos acertos enquanto estamos à caminho com eles, para que não aumentemos ainda mais o número deles no outro lado da vida.

A doutrina espírita nos esclarece que espíritos equivocados e ignorantes existem em grande número a nos influenciar a todo o instante, e que precisamos estar bastante atentos para não nos deixar levar por suas maléficas influências.

Informam-nos os Instrutores da Espiritualidade Superior que alguns desses nossos irmãos, em estado de total desrespeito por tudo e por todos, não se deixam influenciar nem mesmo diante da invocação do nome de Deus nosso Pai, e que somente aqueles que possuem elevado conceito de moralidade poderão obter resultado positivo diante dessas criaturas infelizes, exatamente porque já vivenciam os ensinamentos do mestre de Nazaré em pensamentos, palavras e obras, trabalhando incansavelmente pelo alastramento e implantação do bem no coração dos seus irmãos, ajudando a levantar os caídos na estrada da vida, única condição de impor respeito ante essas entidades perversas e ignorantes.

Em o evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos as instruções dos Imortais da Vida Maior, sobre o assunto, conforme segue:

Os inimigos desencarnados

“Ainda outros motivos tem o espírita para ser indulgente com os seus inimigos. Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens; que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom.


Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de uma existência a outra. Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão: extinguir o ódio com o sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo. Cabia-lhe, portanto, apresentar uma razão de ser positiva e uma utilidade prática ao perdão e ao preceito do Cristo: Amai os vossos inimigos. Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.

Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, que, por isso; as deve receber com resignação e como conseqüência da natureza inferior do globo terrestre. Se não houvesse homens maus na Terra, não haveria Espíritos maus ao seu derredor. Se, conseguintemente, se deve usar de benevolência com os inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação aos que se acham desencarnados.

Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam os demônios, que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais; que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade; que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal e, sim, também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação deles. É assim que o mandamento: Amai os vossos inimigos não se circunscreve ao âmbito acanhado da Terra e da vida presente; antes, faz parte da grande lei da solidariedade e da fraternidade universais”. ¹


Fonte:
1) O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, itens 5 e 6.

Grifos nossos.


JFCR.

sábado, 26 de abril de 2008

A Concentração exige educação da mente

O Dicionário, da língua portuguesa, define o sentido da palavra concentrar como sendo: Fazer convergir a um centro; centralizar; tornar mais denso; não dar expansão a; convergir. Segundo, a mesma fonte, concentrado é o mesmo que; Reunido em um centro; centralizado; absorto; condensado; em que se opera a concentração.

Não é tão fácil, mantermo-nos concentrados em determinadas atividades, que exijam atenção, cuidado redobrado e vigília de nossa parte, isto porque não temos o hábito de policiar os nossos pensamentos, e, quando menos esperamos, já estamos distraídos, desatentos, desligados da nossa tarefa de momento.

Nos trabalhos espirituais, nas tarefas das casas espíritas em que tomamos parte, não é diferente, e não são todos que têm a capacidade de se manterem concentrados em uma reunião espírita, seja na palestra doutrinária, seja nas reuniões mediúnicas, e até mesmo nas reuniões de estudos, a lembrança dos fatos ocorridos no dia-a-dia de nossas vidas, exercem grande influência em nossa atuação nessas atividades, contribuindo dessa forma para o desequilíbrio e desarmonização do ambiente fluídico, que não se beneficia de forma completa das vibrações elevadas com que todos os participantes deveriam contribuir de forma eficiente para o sucesso da tarefa.

Isso ocorre com muita freqüência, por que ainda não desenvolvemos o hábito salutar de fixar nossa atenção nos assuntos de conteúdo edificantes, pois, estamos cercados de lixo mental, a tomar nossa atenção em qualquer parte por onde passamos, sejam nas manchetes estampadas nas bancas em que os jornais sensacionalistas despejam as sujeiras da sociedade nas manchetes diárias, onde campeiam notícias de crimes, corrupção, pornografias etc; sejam em conversas que ouvimos em que qualquer parte em que estejamos, onde o palavrão, a falta de educação, o desrespeito, a futilidade, são amplamente utilizadas como se fossem absolutamente normais, e, quem assim não procede é considerado cafona, “está por fora”.

Pouco sobra de aproveitável em tudo que vemos ou lemos, e por isso mesmo, deveríamos desde há muito, nos precavermos e carregar sempre um livro de conteúdo moral elevado, para nos ocuparmos com sua saudável leitura, o que, com certeza, faria uma grande diferença, pois, nos ajudaria a desenvolver o hábito da nossa concentração nas coisas belas e nobres que um bom livro nos proporciona, facilitando, em muito, nossa participação nos labores da casa espírita dos quais tomamos parte.

Precisamos por tanto, desde já, nos preocuparmos com nossa preparação para uma eficiente participação nos trabalhos de cunho moral espiritual e é precisamente disso, que os espíritos Superiores mais sentem falta, pois, nossa concentração nesses misteres da Seara Espiritual, não podem ser desenvolvido sem uma acurada concentração que nos permita uma sintonia perfeita com os dignos obreiros do Cristo, que através dos trabalhos realizados nas casas espíritas sérias, muito podem beneficiar a nós mesmos, ao nosso próximo e à sociedade inteira.

Inúmeras são as páginas trazidas ao nosso conhecimento através da vasta literatura espírita, que nos alertam para a necessidade de uma urgente atitude nossa, em favor da melhoria da nossa antena receptora, através de uma melhor concentração, para que possamos absorver sem interferências negativas, as mensagens dos Arautos do Mundo Maior, que estão sempre dispostos a nos trazer as notícias da esfera espiritual, para nosso crescimento e desenvolvimento moral espiritual, nos facultando os necessários instrumentos para uma vitória nos confrontos com as tribulações naturais do mundo material em que estagiamos.

A concentração, só é conseguida, através do exercício diário e constante da meditação, através da qual, o indivíduo disciplina a vontade, exercita a paciência e o controle da mente para vencer, dia-a-dia, as tendências inferiores que lhes fazem companhia desde tempos imemoriais e que sem esse trabalho paciente e impostergável de reforma interior, não conseguirá se libertar de tão pesada carga de materiais tóxicos e nocivos que tanto mal tem causado a seu espírito imortal.

A benfeitora Joanna de Angelis, nos diz taxativamente: “ (...) Meditar é uma necessidade imperiosa que se impõe antes de qualquer realização. Com esta atitude acalma-se a emoção e aclara-se o discernimento, harmonizando-se os sentimentos (...)”;
“(...) Começa o teu treinamento, meditando diariamente num pensamento do Cristo, fixando-o pela repetição e aplicando-o na conduta através da ação. Aumenta a pouco e pouco, o tempo que lhe dediques, treinando o inquieto corcel mental e aquietando o corpo desacostumado. Sensações e continuados comichões que surgem, atende-os com calma, a mente ligada à idéia central, até conseguires superá-los (...)”;

“(...) Invade o desconhecido país da tua mente, a princípio reflexionando sem censurar nem julgar, qual observador equilibrado diante de acontecimentos que não pode evitar. Respira, calmamente, sentindo o ar que te abençoa a vida. Procura a companhia de pessoas moralmente sadias e sábias, que te harmonizem (...)”;

“(...) Não lutes contra os pensamentos. Conquiste-os . ¹

Na mesma obra, em novo capítulo, esclarece-nos: “O reto pensar é o método único para o reto atuar. Somente o pensamento bem direcionado, impede que germinem as sementes da perturbação mental geradora dos tormentos que procedem dos vícios ancestrais. O esforço para insistir no reto pensar preenche os espaços do pensar mal ou não pensar, ambos do agrado da ociosidade e da acomodação. Mediante o reto pensamento, o homem se descobre também agindo retamente. Inclina tua mente para o mais saudável. Não te faças fiscal do lixo moral da sociedade, nem te permitas coletar os detritos do pessimismo como da vulgaridade (...)”. ²

O benfeitor Emmanuel, também muito nos fala sobre a importância do pensamento, veículo principal da concentração, conforme segue:

“(...) A energia mental é fermento vivo que improvisa, altera, constringe, alarga, assimila, desassimila, integra, pulveriza ou recompõe a matéria em todas as dimensões. Por isso mesmo, somos o que decidimos, possuímos o que desejamos, estamos onde preferimos e encontramos a vitória, a derrota ou a estagnação, conforme imaginamos (...)”;

“(...) Os acontecimentos obedecem às nossas intenções e provocações manifestas ou ocultas. Encontraremos o que merecemos, porque merecemos o que buscamos. A existência, pois, para nós, em qualquer parte, será inevitavelmente segundo pensamos.”

“(...) o progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito, em qualquer plano de evolução (...).

(...) Quem mais pensa, dando corpo ao que idealiza, mais apto se faz, à recepção das correntes mentais invisíveis, nas obras do bem ou do mal. ³

O Espírito Vianna de Carvalho, também nos esclarece a respeito do assunto asseverando: “A concentração, por isso mesmo, deve ser um estado habitual da mente em Cristo e não uma situação passageira em Cristo.” 4

O Instrutor Aniceto, também esclarece André Luiz sobre o assunto, afirmando: “Boa concentração exige vida reta” 5

Concluímos, diante de tantos ensinamentos que encontramos na farta, diversifica e rica literatura espírita à nossa disposição que, todos quantos nos dispomos ao trabalho na seara Espiritual qualquer que seja ele, precisamos antes de tudo, prepararmo-nos, adequadamente, seguindo essas e outras tantas lições dos mensageiros do mais Alto, procedendo imediata mudança em nossos hábitos e pensamentos, renovando nossas concepções, através das leituras edificantes, do estudo sério da mediunidade, mantendo conversações positivas, trabalhando incessantemente no bem, cultivando aspirações elevadas, e inserindo em nosso dia-a-dia o exercício salutar da prática da meditação.

Urgente se faz, que empreendamos sinceros esforços para nos despojarmos das idéias e hábitos malsãos, substituindo-os por outros nobres e edificantes, desfazendo-nos da rotina mental equivocada que utilizávamos, até então, que muito nos tem dificultado a concentração nas idéias superiores, nos pensamentos nobres e elevados, trabalhando tenazmente para tornar esse estado mental em permanente e natural, a benefício de nossa elevação espiritual.


Fontes:

1 e 2 - Livro: Momentos de Meditação – Cap. 1 Recorre à meditação; e Cap. 3 Reto Pensar, Médium: Divaldo Pereira Franco, Espírito Joanna de Angelis.

3 - Livro: Roteiro – Cap. 5, Nos Cículos da matéria; Cap. 6, O Perispírito e Cap. 25, Ante a Vida Mental. Médium: Chico Xavier, Espírito Emmanuel.

4 - Livro: Sementeira da Fraternidade - Cap. 25, Médium: Divaldo Pereira Franco, Espírito: Manoel Philomeno de Miranda.

5 – Livro Os Mensageiros – Cap. 47, No trabalho ativo. Médium Chico Xavier, Espírito André Luiz.
JFCR.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Poesia!

Reflexões, na calma de Croxley Green!

No frio ou no calor,
Perto ou longe
Cedo ou tarde
É tempo de agir, não importa onde.

Fazer algo de bom
De belo e proveitoso
De utilidade para todos
É dever do homem caridoso.

Da boa lavoura que cuidar
Terá o seu sustento
No tesouro da colheita
Que lhe trará contentamento.

Como espíritas conscientes
Dos deveres de cristãos,
Plantemos em nosso arado
As flores perfumadas das boas ações.

Em Jesus temos a meta
No evangelho nosso roteiro
No trabalho a certeza
Do progresso verdadeiro.

No espiritismo com Kardec,
As ferramentas para ação
Viver na fé e na caridade
É a mais correta decisão.

Croxley Green, 15/04/08
Francisco Rebouças.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A honra de ajudar!

"Glória porém e honra e paz a qualquer que obra o bem". Paulo; Romanos 2/10. ¹

A flagrante indiferença do homem da atualidade ante o sofrimento a dor e a necessidade do próximo, é algo que reclama urgentes medidas de combate nos corações de emoções congeladas.

A humanidade revive os dias distantes do passado, onde o indivíduo movido pelos instintos animalizados que o conduziam, porque se achava embrutecido, indiferente aos problemas alheios, cruel e desumano, buscando apenas a satisfação de suas necessidades primitivas.

Esse seu comportamento dos tempos recuados do passado, em que a ignorância das coisas do espírito era completa, precisa ser definitivamente banida de sua vida, pois, o avanço científico, tecnológico, intelectual etc., nos permitiu o conhecimento do mundo espiritual, e, foi o próprio Jesus quem nos trouxe a certeza da vida além do túmulo, quando nos afirmou: "Meu reino não é deste mundo", e também que; "Há muitas moradas na casa do meu Pai". ²

À medida em que o homem cresce em conhecimentos espirituais, mais desenvolve em seu íntimo, os nobres sentimentos de solidariedade e caridade para com seu semelhante, não permitindo que a indiferença lhe congele o coração, ensejando em si, o controle e o combate do egoísmo exacerbado causador da falta de solidariedade e da ação beneficente para com seu irmão em caminhada, estimulando-o dessa forma ao trabalho em prol da alegria e da felicidade sua e de todos.

Se, não lhe for possível acabar definitivamente com o sofrimento alheio, procura minimizá-lo ao máximo, com o que lhe for possível fazer; se defronta com uma multidão de necessitados e sabe não ser capaz de resolver o problema de todos, procura auxiliar o primeiro que lhe aparece, fazendo com amor sua parte, entregando a Deus o que lhe foge ao controle.

Para saber como auxiliar o necessitado do caminho, basta seguir a regra simplificada contida no Evangelho de Jesus, colocando-se no lugar do outro, e certamente saberá o que gostaria que alguém fizesse em nosso favor.

É, preciso, ter sempre em mente, que ninguém está isento dos imprevistos da caminhada evolutiva, onde quem hoje está em posição de superioridade, amanhã poderá se encontrar em posição de inferioridade e vice-versa; dessa forma, é de suma importância aprender o quanto antes a utilizar as mãos no serviço de solidariedade que a vida nos convida diariamente, com a nobre finalidade de abrir o nosso coração para o estabelecimento da fraternidade e do amor que precisamos desenvolver para o nosso próprio crescimento em direção à felicidade e à pureza espiritual a que estamos destinados.

Urge antão, darmos os primeiros passos, que são sem dúvidas os mais difíceis de serem dados, e com nossa força de vontade e disposição na repetição das ações nobres em nossas atitudes diárias, estaremos nos credenciando pouco a pouco a recebermos a ajuda dos prepostos do Mestre de Nazaré, que virão em nosso auxílio, impulsionando-nos ao progresso e a santificação dos nossos sentimentos mais íntimos latentes em nosso Ser espiritual, contemplando-nos com a satisfação interior, permitindo-nos prelibar o gosto delicioso da felicidade que a Terra nos permite desfrutar.

Bibliografia:

1) Epístola de Paulo; Romanos 2/10;
2) E.S.E.-FEB, 115ª edição, Cap. II, item 1;
3) E.S.E.-FEB, 115ª edição, Cap. III, item 1.
JFCR.

domingo, 20 de abril de 2008

A fé derruba obstáculos

É, através da confiança em si e em Deus, que o homem vence seus obstáculos, pois, um indivíduo confiante é capaz de superar com muito maior facilidade os entraves de seu progresso à caminho da felicidade e da paz que o aguarda na morada dos Seres Angelicais.

Quando Jesus nos afirmou: " pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível" ¹, quis nos abrir os olhos e alargar nossa compreensão sobre os poderes do pensamento positivo, em relação às nossas dificuldades morais.

Importante se faz entender, que as montanhas a que o Mestre se reporta, são as dificuldades do nosso dia-a-dia, as resistências externas, a má vontade com que normalmente nos vemos envolvidos, mesmo quando nos dedicamos á realização dos mais elevados propósitos.

Entre tantas "montanhas" que podemos superar pela ação da verdadeira fé, podemos destacar: os preconceitos de toda ordem, o apego às coisas da matéria, o egoísmo, o fanatismo e as paixões oriundas do orgulho camuflado, que sempre impõem obstáculos aos que se dedicam a promover o progresso da humanidade.

Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas.

"A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, toma-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo". ²

A fé robusta do indivíduo que a possui, ajuda-o a perseverar na busca do seu ideal, abastecendo-o de energias vitalizantes e aumentando sua esperança na conquista dos fins colimados levando-o a superar as barreiras que se lhe opuserem fortalecendo-o intimamente, e fazendo-o conquistar por essa razão a simpatia e a cooperação dos Espíritos Superiores que o inspiram e o envolvem nas nobres vibrações de paz.

O homem de fé não vacila ante os desafios do caminho evolutivo que trilha, não cedendo campo aos espíritos ignorantes adversários da luz, pois, não acredita ser impossível a conquista da vitória final sobre os percalços do caminho daquele que crer e tem fé em sí e em Deus.

Fonte:
1) Evangelho de Mateus, Cap. XVII: 14-19
2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XIX, item 3.
JFCR.

sábado, 19 de abril de 2008

Páginas edificantes - O Espiritista

TRANQÜILIDADE


"Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz." - Jesus. (JOÃO, 16:33.)


A palavra do Cristo está sempre fundamentada no espírito de serviço, a fim de que os discípulos não se enganem no capítulo da tranqüilidade.

De maneira geral, os aprendizes do Evangelho aguardam a paz, onde a calma reinante nada significa além de estacionamento por vezes elituoso. No conceito da maioria, a segurança reside em garantia financeira, em relações prestigiosas no mundo, em salários astronômicos. Isso, no entanto, é secundário. Tempestades da noite costumam sanear a atmosfera do dia, angústias da morte renovam a visão falsa da experiência terrestre.

Vale mais permanecer em dia com a luta que guardar-se alguém no descanso provisório e encontrá-la, amanhã, com a dolorosa surpresa de quem vive defrontado por fantasmas.

A Terra é escola de trabalho incessante.

Obstáculos e sofrimentos são orientadores da criatura.

É indispensável, portanto, renovar-se a concepção da paz, na mente do homem, para ajustá-lo à missão que foi chamado a cumprir na obra divina, em favor de si mesmo.

Conservar a paz, em Cristo, não é deter a paz do mundo. É encontrar o tesouro eterno de bênçãos nas obrigações de cada dia. Não é fugir ao serviço; é aceitá-lo onde, como e quando determine a vontade dAquele que prossegue em ação redentora, junto de nós, em toda a Terra.

Muitos homens costumam buscar a tranqüilidade dos cadáveres, mas o discípulo fiel sabe que possui deveres a cumprir em todos os instantes da existência. Alcançando semelhante zona de compreensão, conhece o segredo da paz em Jesus, com o máximo de lutas na Terra. Para ele continuam batalhas, atritos, trabalho e testemunhos no Planeta, entretanto, nenhuma situação externa lhe modifica a serenidade interior, porque atingiu o luminoso caminho da tranqüilidade fundamental.
Livro: Vinha de Luz
Emmanuel/Chico Xavier
JFCR.

Mensagem - O Espiritista

Não perca a fé
Tenha fé em si mesmo, porque Deus está dentro de você.
Portanto, ter fé em si mesmo é ter fé em Deus.
Tenha confiança em suas capacidades, e caminhe sem temer os obstáculos.
Você pode vencer!
Você vai vencer!
Corresponda à confiança que Deus depositou em você, quando lhe entregou as capacidades de que dispõe, para que você as desenvolvesse e pusesse em prática.
Minutos de Sabeoria/Carlos Torres Pastorino
JFCR.

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quarta-feira, 16 de abril de 2008

Raul Teixeira em Londres

Numa tarde de domingo tipicamente londrina, de temperatura baixa para os nossos padrões, com um céu encoberto e nublado, tivemos a imensa alegria de mais uma vez testemunhar a beleza dos ensinamentos da doutrina espírita contidos na palestra realizada pelo conhecido Tribuno Espírita, José Raul Teixeira em mais uma série de compromissos do médium pela Europa.

A palestra de Raul foi promovida e organizada pela British Union Spiritist Societies - BUSS, em parceria com vários grupos espíritas da capital inglesa, e foi realizada no dia 30 de março, na Oxford House, em Bethnal Green, sede da Sir William Crookes Spiritist Society, em comemoração dos 25 anos de Espiritismo no Reino Unido.

Dando início aos trabalhos daquela tarde, a conceituada confreira Janet Duncan, foi convidada a proferir a prece inicial, ela que é a precursora do Movimento Espírita na Inglaterra.

O tema escolhido por Raul foi do livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, mais especificamente o capítulo XIV, que fala sobre os fluidos.
Raul começou dizendo que falar sobre a Gênese, que é o último livro da Codificação, que está em 2008 completando 140 anos, é algo encantador e complexo. É nele que Allan Kardec, na introdução, diz-nos o que é a Doutrina dos Espíritos e por que é ela chamada de O Consolador, além de mostrar como é Deus à luz do Espiritismo e focalizar a gênese do Universo propriamente dita, a origem das terras, os espaços, enfim, estudos fantásticos que nos levam à reflexão sobre a grandiosidade da Criação.

Discorreu com conhecimento de causa, sobre o capítulo mencionado, falando com profundidade do fluido cósmico universal, que afirmou ser velho conhecido dos antigos filósofos, e que atualmente os astrofísicos estão chamando de matéria escura, por falta de outro nome; falou também sobre o perispírito, sua composição, a semelhança existente na base material de todos os corpos e da capacidade de serem manipulados de formas diferentes.

Afirmou que é possível alterar a disposição dos átomos e conseguir matérias diferentes e que podemos e devemos usar dessa alteração de composição das moléculas, no tratamento de diversas doenças, com a possibilidade que temos de alterar a disposição das células doentes; pois, quando movimentamos o fluido cósmico universal, ele se impregna das qualidades que lhes transmitimos, que podem ser calmantes ou irritantes, "salutares ou perniciosos."

Raul falou de muitos outros assuntos relacionados ao tema central de sua escolha, e, empolgou os presentes, que de pé o aplaudiram ao final de sua feliz exposição.

O Espiritista esteve presente ao evento, e, de coração, agradece a Deus por nos ter dado mais este belo presente, rogando ao Pai Celestial todas a bênçãos para esse digno trabalhador da Sera espírita.


Alguns registros do evento



Raul Teixeira durante sua exposição










Raul Teixera







Elza Rossi, Heloisa e Francisco Rebouças












Raul Teixeira, Cristiane, Francisco E Heloisa Rebouças
JFCR.

Teologias e disparates

O termo “Teologia” é definido pelo dicionário da língua portuguesa como: s.f. Doutrina acerca das coisas divinas; doutrina da religião cristã; doutrina; coleção de obras teológicas de um autor.

É sobre essa última definição para a palavra que me reporto, quando encontro tantas maneiras distintas de interpretação dos ensinamentos cristãos, pois na hora de teologizar, discorrer sobre os princípios teológicos, é que se dá a grande discrepância que se observa em diversas matérias que são encontradas na mídia religiosa, aparentemente falando do mesmo assunto, mas que, na verdade, são absolutamente incompatíveis uns com os outros.

Isso se verifica, em virtude da utilização da Teologia de forma unilateral, exclusivista, que leva invariavelmente ao “fanatismo religioso”. Quase sempre, o Teólogo, aquele que é versado em Teologia e sobre ela escreve, nem sempre tem o necessário cuidado em respeitar o conhecimento e a interpretação de outros estudiosos, das diversas correntes cristãs, ou seja, se acha o único detentor da verdade sobre as mensagens contidas no Evangelho de Jesus.

E, quase sempre, para se imporem com suas TEOMANIAS; “espécie de loucura, em que o doente se julga Deus ou por ele inspirado”, esmeram-se em apresentar termos técnicos de complicado entendimento para os seus ouvintes, normalmente pessoas incultas, de forma eloqüente e fantasiosa, para passar uma visão de que são profundos conhecedores do assunto sobre o qual discorrem e que na maioria das vezes fere a ética e a moral da verdadeira mensagem cristã.

Utilizam-se das interpretações pessoais, eivadas de vaidade e profundamente fanatizadas, para interpretarem ao pé da letra inúmeras passagens bíblicas, que não seriam admitidas como obra de um homem de bem, mas que eles reputam a Deus, Pai e criador de tudo, como se a perfeição absoluta fosse passível de cometer tamanhos absurdos contra sua própria criação.

Alguns desses Teomaníacos chegam a afirmar que o pecado causa sofrimento a Deus, o que é simplesmente um absurdo erro teológico, pois as Leis de Deus não foram feitas para sua punição ou, melhor dizendo, para o reajustamento do que é perfeito e sim para o que precisa de reparação, e, sendo Leis adequadas ao mundo de provas e expiações como o nosso planeta, não teriam a menor validade para os seres em adiantado estado de pureza espiritual, não mais sujeitos às intempéries da matéria grosseira da qual somos portadores; imagina sobre o seu próprio elaborador!

Têm Deus como se humano fosse, e por isso lhe atribuem coisas que não passam de situações humanas no mundo material como o nosso, e se esquecem ou não sabem que Deus não está vulnerável às adversidades a que estamos submetidos por nossa absoluta falta de obediência à Lei Maior de amor e caridade, não sendo, por isso mesmo, admissível que Deus, a Suprema Perfeição, possa estar submetido ou passível às Leis que regem os destinos dos seres humanos.

Talvez o erro mais terrível e grosseiro cometido pelos pseudo-sábios seja justamente o de interpretarem as escrituras ditas “Sagradas” como sendo literalmente a palavra de Deus, sem levarem em conta que um Ser, absolutamente perfeito em tudo, não poderia se manifestar de forma tão imperfeita, grosseira, e até incentivando o crime e o desamor, o que só se pode atribuir a manifestações de Espíritos humanos ignorantes e imperfeitos, e que jamais poderíamos aceitar como sendo palavras de Deus.

O Espiritismo é visto por esses entendidos em “escrituras sagradas” como uma grande ameaça aos seus postos de Pastores do Senhor, a infundir nas mentes atrasadas seus conceitos dogmáticos, exclusivistas, fanáticos, não aceitando que os Espíritos Superiores sejam capazes de se manifestarem aos homens, não obstante viverem apregoando aos quatro cantos da Terra os poderes de Satanás, que seria um adversário de Deus em todos os tempos, e que nem o próprio Deus pôde dar jeito nele, e vive às turras na infindável disputa contra o Gênio do mal.

O Espiritismo vem aclarar a mente de todos os seus adeptos, descortinando o véu da ilusão colocado propositadamente para que não se possa conhecer a verdade divina, como se a verdade pudesse ser privilégio de alguns escolhidos por esse mesmo Deus que, além de tudo, seria imparcial; esclarecendo-nos que tanto os Espíritos imperfeitos quanto os Espíritos bons nos influenciam diariamente e podem perfeitamente comunicar-se conosco.

O Codificador do Consolador Prometido, o nobre Espírito Allan Kardec, nada alterou nos conceitos trazidos pela Bíblia. Como Jesus há 2008 anos não veio destruir as Leis Mosaicas, assim também o Espiritismo só veio para explicar de forma muito mais clara e inteligível as verdadeiras palavras de Jesus, trazendo ao homem os conhecimentos sobre o Espírito Imortal que todos somos, de onde viemos e para onde nos destinamos.

O Espiritismo nos assevera que “fora da caridade não há salvação”, e a caridade verdadeira engloba o dever de respeitar as interpretações dos nossos supostos adversários, não nos sendo facultado o direito de difamar, menosprezar ou mesmo desprezar os irmãos que ainda não se beneficiaram da sublime mensagem espírita, e ao mesmo tempo nos faz compreender que esses que nos difamam, nos caluniam, são, na verdade, merecedores de nossas preces e de nossos sinceros votos de que sigam em paz, tendo em Jesus sua melhor companhia.

Já sabemos que ELE resumiu todas as Leis e os Profetas em: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo”, por isso não devemos entrar pelas tolas provocações de quem ainda não assimilou a soberana mensagem do nosso Mestre Modelo e Guia: Jesus de Nazaré.

Enquanto os ditos líderes religiosos optarem pela falsa profecia, ensinando doutrinas que apregoam conceitos arcaicos e ultrapassados, para manterem seus seguidores a ferro e fogo, as divisões religiosas darão ensinamentos contrários à salutar convivência do ser humano com seu semelhante, aumentando a discórdia e dificultando a paz e a concórdia. Mas, aos poucos, com o amadurecimento espiritual do homem, mais cedo ou mais tarde, essas aberrações estarão deixando de fazer parte da vida dos cidadãos esclarecidos do porvir e essas seitas religiosas farão parte simplesmente da triste história escrita pela humanidade ignorante que já não mais existirá.

Que Deus nos ajude e dê forças para colaborarmos de forma positiva, fazendo o que nos compete fazer, com competência e boa vontade, para que mais cedo possamos todos construir esse futuro de paz, harmonia e felicidade.

Bibliografia:
Bueno, Francisco da Silveira. Dicionário da Língua Portuguesa. MEC, 9ª Edição. Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB, 106 ed., Cap. I, item 1 e Cap. XV, item 8. Kardec, Allan. A Gênese, FEB, 37 ed., Cap. I, item 58.


JFCR.

Mensagem - O Espiritista

Seja grato à Terra que o abriga!
A terra espera pelo seu auxílio.
Ela lhe dá o ar para respirar, desde que nasceu, a água para dessedentá-lo, o alimento para sustentá-lo, a residência para protegê-lo, e você, que é que dá em retribuição?
Está contribuindo para a prosperidade da terra que o recebe de braços abertos permitindolhe a evolução e o aprendizado?
Não se esqueça de que a terra espera pelo seu auxílio!
Livro:
Momentos de Sabedoria - Carlos Torres Pastorino

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segunda-feira, 14 de abril de 2008

Aborto, nunca mais!

Pesquisa relizada pelo Institudo Datafolha, publicada na Folha de São Paulo, em 06.04.2008, revela que 68% dos brasileiros se declararam favoráveis a que o aborto continue sendo considerado crime, essa tendência vem se acentuando desde de 2006, quando a percentagem era de 63%, passando para 65% em 2007, o que demonstra que o brasileiro está cada vez mais convicto de que a vida é um direito inalienável do feto em desenvolvimento no útero de sua mãe.
Chega de tantos desrespeitos ao ser humano, já nos basta a grande quantidade de crimes cometidos diariamente contra a vida, e, que seus autores permanecem escandalosamente impunes nas barbas da lei. O aborto representa o mais bárbaro e covarde dos crimes praticados contra um ser ainda indefeso, sem que lhe seja dado qualquer chance de sobrevivência, e, ainda cometem seus autores o absurdo de reclamar por seus direitos de deixar ou não nascer o coitado do SER que não tem como dizer o quanto lhe é doloroso morrer assassinado dessa forma, justamente por quem mais deveria defendê-lo.

Somos e seremos sempre pela vida, e, não calaremos nossa voz em protesto contra esse crime inaceitável, que precisa urgentemente é de ter punições mais severas para o combate eficaz contra essa prática desumana em todos os aspectos, pois, na legislação atual são exageradamente brandas.

São os defensores da legalização do crime pelo aborto que pregam a paz em alto e bom som, como se matar uma criança em processo de gestação, fosse algo decente que lhes dessem o direito de sequer falar em paz, e, ainda por cima, contrariando o desejo da grande e esmagadora maioria dos cidadãos do nosso querido e abençoado Brasil.

Abaixo o aborto, e viva a vida!

JFCR.

sábado, 12 de abril de 2008

Obrigado Kardec - O Espiritista

Grande emoção sentimos todos, quando de nossa visita ao cemitério Père-Lachaise, o mais importante de Paris. Confesso que sempre tive no íntimo esse desejo, e, ao chegar ao local onde o codificador do espiritismo teve enterrado seu corpo físico, tive uma enorme sensação de alegria e uma forte emoção por ver concretizado esse meu secreto desejo.
Pude então constatar, pessoalmente, o que sempre ouvi dizer sobre a freqüência de visitas de pessoas de todas as nacionalidades ao seu túmulo, e a grande quantidade de flores sempre vivas e perfumadas em constante saudação a esse nobre e sublime Espírito de Escol, que nos veio trazer os ensinos do Mestre de Nazaré, de forma clara e precisa, com os quais podemos todos seguir firmes e convíctos de que estamos no caminho certo do progresso moral e espiritual ao encontro daquele que é o Caminho a Verdade e a Vida.

Sem saber o que dizer naquele feliz momento de minha vida, simplesmente lhe agradeci em pensamento com meu sincero "muito obrigado Kardec por tudo!"

Resta-me seguir com entusiasmo, dedição e disciplina, os estudos da doutrina espírita, e procurar à medida das minhas possibilidades, vivenciar as suas lições, pois, o trabalho de Kardec, não pode ser negligencido por quem tem a ousadia de se dezer espírita.
Elevo neste instante meu pensamento a Deus nosso Pai, e a Jesus nosso Mestre e rogo do fundo do meu SER agradecido, todas as bênçãos da celestes paternidade para esse benfeitor da humanidade que conhecemos simplesmente por Allan Kardec.
Que saibamos aproveitar a honra de ser espírita, para crescer amar e servir cada vez mais e melhor, hoje e sempre.
Francisco Rebouças, Cristiane e Heloisa.
Croxley Green.
JFCR

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Aos amigos do Peito!

Queridos amigos, estamos enviando esta foto para mostrar a diferença de temperatura da nossa Niterói para a que estava fazendo quando de nossa chegada a Londres.Conforme pode ser visto na foto, fomos recebidos com uma chuva de neve, e a temperatura de zero grau.
Depois disso a temperatura já subiu e desceu diversas vezes, mas estamos felizes ao lado do nosso grande tesouro "Cristiane Antunes Parmiter".
Com saudades mandamos um grande e afetuoso abraço a todos os nossos queridos familiares e amigos.
Francisco Rebouças, Heloisa e Cristiane.
JFCR.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Combate à Dengue - O Espiritista

Prezados amigos, está na hora de entrarmos nessa "guerra", pelo restabelecimento da tranqüilidade e da paz, no nosso meio comunitário, enfrentando com determinação e boa vontade a séria situação da dengue em nosso Estado.

Não podemos mais ficar apenas na torcida pela normalização da situação, sem abraçarmos a causa, combatendo os focos de desenvolvimento e criação do mosquito da dengue.

O Espiritista convoca a todos para o combate sério e incessante dessa preocupante epidemia.



JFCR.

JORNAL CORREIO ESPÍRITA

Prezados amigos, O Espiritista informa que já se encontra à venda nas bancas de jornais de todo o Estado do Rio de Janeiro e em mais 7 outras capitais brasileiras, o JORNAL CORREIO ESPÍRITA, com excelentes matérias e diversas informações do movimento espírita no Brasil e no Mundo.

Não deixe de prestigiar esta nobre iniciativa de divulgação da mensagem espírita, para que o espiritismo possa vencer as barreiras e dificuldades que propositadamente são construidas para dificultar seu avanço mais rapidamente em nosso país.

Ajude na divulgação do espiritismo falando com seus amigos e parentes do jornal Correio Espírita, faça também sua assinatura e receba confortavelmente em sua residência, informe-se através do endereço eletrônico: http://www.correioespirita.org.br/, o jornal tem edições mensais e está nas bancas todo início de mês, peça ao seu jornaleiro.
JFCR.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Simplesmente “Espírita”

Tornou-se hábito no meio Espírita a expressão Kardecista, como forma de identificar ou de diferenciar aquele seguidor do Espiritismo à luz da codificação, daquele que mesmo se intitulando Espírita, jamais teve o cuidado de se informar sobre os postulados da crença que diz professar.

Utilizam-se do termo Espírita “Kardecista”, em lugar de simplesmente Espírita, com a preocupação de não serem confundidos com os seguidores da Umbanda, do Candomblé e de outras tantas seitas. Tal prática, no entanto, ao invés de diferenciar os verdadeiros seguidores da Doutrina Espírita, acabou criando uma idéia equivocada de que poderia existir mais de uma maneira de ser Espírita, ou melhor mais de um tipo de Espiritismo.
A palavra Espírita, criada por Alan Kardec, para diferenciar do termo já existente espiritualista, veio para definir como espírita o seguidor das obras codificada pelo incomparável emissário da Divindade no Pentateuco, Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e na Gênese, onde o fiel seguidor do Espiritismo busca as lições para a sua própria transformação como nos definiram os imortais no Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XVII - item 4 “ conhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega em domar suas inclinações más”.

Seguindo esse raciocínio, e as lições ali contidas, não precisaremos da utilização de qualquer subterfúgio para nos apresentarmos aos que nos perguntarem sobre a nossa crença, pois nossa resposta estará na ponta da língua: Sou Espírita. Não cabe a nós maiores satisfações, como se tivéssemos que nos defender de ataques sobre quaisquer tipos de práticas de que não fazemos uso.

Seguimos sim, os ensinamentos contidos nas obras codificadas por Allan Kardec, mas somos Espíritas tão somente, visto que o próprio codificador nos afirma no livro dos Espíritos (prolegômenos), “este livro foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar”.
Recorremos ainda aos ensinamentos contidos noCapítulo I do Livro a Gênese que trata do Caráter da Revelação Espírita, no item 45, onde se pode ler: “a primeira revelação teve em Moisés a sua personificação, a segunda no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum. As duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva. Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio de pessoa alguma; ninguém, por conseqüência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo; foi espalhada simultaneamente, por toda a terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta escala, conforme predição registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos: “Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões, e os velhos, sonhos” (Atos,Cap.II,vv.17/18) ela não proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia, a todos, de ponto de ligação.

No Capítulo XVII, item 40, ele afirma: “Não é uma doutrina individual, de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É produto do ensino coletivo dos espíritos, ao qual preside o Espírito de Verdade.

E logo após o item 42 do mesmo capítulo, em sua nota de rodapé esclarece definitivamente: “Todas as doutrinas filosóficas e religiosas trazem o nome da individualidade fundadora: o Mosaísmo, o Cristianismo, o Maometismo, o Budismo, o Cartesianismo, o Furrierismo, São-Simonismo, etc. A palavra Espiritismo, ao contrário, não lembra nenhuma personalidade; ela encerra uma idéia geral, que indica, ao mesmo tempo, o caráter e o tronco multíplice da doutrina”.

Enxertar, por tanto, o termo “Kardecista” na palavra Espírita, é aceitar que podem existir outros tipos de Espíritas, o que não é admissível, pois não encontramos essa denominação em nenhuma das obras já citadas, e ainda se abre a brecha para que os que se dizem seguidores do espiritismo, sem levarem em conta os seus postulados apresentem-se sob denominações no mínimo equivocadas diferentes pois da denominação dada pelo codificador aos seguidores da nova doutrina constantes da introdução I do Livro dos Espíritos que estabelece: “ Os adeptos do Espiritismo serão, os Espíritas ou se quiserem os “Espiritistas”.

Por fim, enfatizamos que nada temos contra essas outras maneiras de se seguir o Cristo, visto que o Mestre Maior de todos nós não é privilégio dos Espíritas, no entanto não podemos deixar de esclarecer àqueles que quiserem professar o Espiritismo, que só o encontrarão unicamente na Codificação, e que nela não existe outra denominação para nós adeptos sinceros da verdadeira doutrina Espírita.


JFCR.

Estudos Doutrinários - O Espiritista

A fé: mãe da esperança e da caridade

Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.

A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?

Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma. ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.

Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé. - José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)

Fonte:
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XIX, item 11.

JFCR.

Estudos Doutrinários - O Espiritista

Missão dos espíritas


Não escutais já o ruído da tempestade que há de arrebatar o velho mundo e abysmal no nada o conjunto das iniqüidades terrenas? Ah! bendizei o Senhor, vós que haveis posto a vossa fé na sua soberana justiça e que, novos apóstolos da crença revelada pelas proféticas vozes superiores, ides pregar o novo dogma da reencarnação e da elevação dos Espíritos, conforme tenham cumprido, bem ou mal, suas missões e suportado suas provas terrestres.

Não mais vos assusteis! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. O verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados. Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas! Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!

Ó todos vós, homens de boa-fé, conscientes da vossa inferioridade em face dos mundos disseminados pelo infinito!... lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniqüidade. Ide e proscrevei esse culto do bezerro de ouro, que cada dia mais se alastra. Ide, Deus vos guia! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão e falareis como nenhum orador fala. Ide e pregai, que as populações atentas recolherão ditosas as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.

Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras
imoladoras.

Ide, homens, que, grandes diante de Deus, mais ditosos do que Tomé, credes sem fazerdes questão de ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando não tenhais conseguido obtê-los por vós mesmos; ide, o Espírito de Deus vos conduz.

Marcha, pois, avante, falange imponente pela tua fé! Diante de ti os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente.

A fé é a virtude que desloca montanhas, disse Jesus. Todavia, mais pesados do que as maiores montanhas, jazem depositados nos corações dos homens a impureza e todos os vícios que derivam da impureza. Parti, então, cheios de coragem, para removerdes essa montanha de iniqüidades que as futuras gerações só deverão conhecer como lenda, do mesmo modo que vós, que só muito imperfeitamente conheceis os tempos que antecederam a civilização pagã.

Sim, em todos os pontos do Globo vão produzir-se as subversões morais e filosóficas; aproxima-se a hora em que a luz divina se espargirá sobre os dois mundos.

Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide; estes receberão, com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e biaxial a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.

Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! o arado está pronto; a terra espera; arai!

Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção! entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.

Pergunta. - Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?

Resposta. - Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição. - Erasto, anjo da guarda do médium. (Paris, 1863.) (1)


(1) Na terceira edição francesa esta mensagem saiu incompleta e sem assinatura. Completamo-la
em confronto com a 1ª edição do original. - A Editora da FEB, em 1948.

Fonte:
O Evangelho Segundo o Espitismo Cap. XX, item 4.
JFCR.

domingo, 6 de abril de 2008

Estudos Doutrinários - O Espiritista

Mediunidade com Jesus

Em quaisquer setores de atividade humana, é natural cultivemos, nas reentrâncias do coração, o anseio de melhoria e aperfeiçoamento.
O engenheiro que, após intenso labor, obtém o seu diploma, aprimorar-se-á, no estudo e no trabalho, a fim de dignificar a profissão escolhida, convertendo-se em construtor do progresso e do bem-estar geral.
O médico, no contacto com o sofrimento e a enfermidade, na cirurgia ou na clínica, ampliará sempre os seus conhecimentos, com vistas à experiência no tempo. E, se honesto e bom, conquistará o respeito do meio onde vive.
O artífice, seja ele mecânico ou carpinteiro, sapateiro ou alfaiate, no humilde labor diuturno, estudando e aprendendo, adquirirá os recursos da técnica especializada, que o tornarão elemento valioso e indispensável no ambiente onde a Divina Bondade o situou.
O advogado, no trato incessante com as leis, identificando-se com a hermenêutica do Direito, compulsando clássicos e modernos, abrirá ao próprio Espírito perspectivas sublimes “para o ingresso à Magistratura respeitável, em cujo Templo, pela aplicação dos corretivos legais, cooperará, eficientemente, com o Senhor da Vida na implantação da Justiça e na sustentação da ordem jurídica.
Se esta ânsia evolutiva se compreende nos labores da vida contingente, cujas necessidades, em sua maioria, virtualmente desaparecem com a cessação da vida orgânica, que dizermos das realizações do Espírito Eterno, das lutas e experiências que continuarão além da Morte, para decidirem, afinal, no mundo espiritual, da felicidade ou da desventura do ser humano?
O quadro evolutivo contemporâneo assemelha-se a um cortejo que se dirige, simultaneamente, a uma necrópole e a um berçário.
Vamos sepultar uma civilização poluida e assistir, jubilosos, à alvorada de luz de um novo Dia.
A Humanidade, procurando destruir os grilhões que ainda a vinculam à Era da Matéria, na qual predominam os sentimentos inferiorizados, apresenta dolorosos sintomas de decomposição, à maneira de um corpo que se esvai, lentamente, a fim de, pelo mistério do renascimento, dar vida a outro ser mais perfeito e formoso.
O médium, como criatura que realiza, também, de modo penoso, a sua marcha redentora, aspirando a melhorar-se e atingir a vanguarda ascensional, ressente-Se, naturalmente, no exercício de sua faculdade, seja ela qual for, deste estado de coisas, revelador da ausência do Evangelho no coração humano.
Os problemas materiais, os instintos ainda falando, bem alto, na intimidade do próprio coração, a inclinação ao personalismo e à vaidade, à prepotência e ao amor próprio, enfim, a condição ainda deficitária de sua individualidade espiritual, concorrem para que o Mais Alto encontre, nesta altura dos tempos, forte obstáculo à livre, plena e espontânea manifestação.
Justo e mesmo necessário será, portanto, que o médium guarde, igualmente, no coração, o desejo de, pelo estudo e pelo trabalho, pelo amor e pela meditação, sobrepor-se ao meio ambiente e escalar, com firmeza e decisão, os degraus da evolução consciente e definitiva, convertendo-se, assim, com redução do tempo, em espiritualizado instrumento das vozes do Senhor.
Esclarecem os instrutores espirituais que é “a mente a base de todos os fenômenos mediúnicos”.
Assimilando, a natureza dos nossos pensamentos, o tipo das nossas aspirações e o nosso sistema de vida, a se expressarem através de atos e palavras, pensamentos e atitudes, determinarão, sem dúvida, a qualidade dos Espíritos que, pela lei das afinidades, serão compelidos a sintonizarem conosco nas tarefas cotidianas e, especialmente, nas práticas mediúnicas.
Não podemos por enquanto, é verdade, desejar uma comunidade realmente cristã, onde todos se entendam, pensem no bem, pelo bem vivam e pelo bem realizem.
Seria, extemporaneamente, a Era do Espírito, realização que pertencerá aos milênios futuros, quando tivermos a presença do Cristo de Deus no próprio coração, convertido em Templo Divino, em condições, por conseguinte, de repetirmos, leal e sinceramente, com o grande bandeirante do Evangelho: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim.” -
Todavia, se é impossível, por agora, a cristianização coletiva da Humanidade do nosso pequenino orbe, Jesus continua falando ao nosso coração, em silêncio, desde o suave episódio da Manjedoura, quando acendeu, nas palhas do estábulo de Belém, a luz da humana redenção.
Cada um de nós terá de construir a própria edificação.
Esta transição inevitável, da Era da Matéria para a Era do Espírito, pode começar a ser efetivada, humildemente, silenciosamente, perseverantemente, no mundo interior de cada criatura.
Comecemos, desde já, o processo de auto-transformação.
Este processo renovativo se verificará, indubitávelmente, na base da troca ou substituição de sentimentos.
Modifiquemos os hábitos, aprimoremos os sentimentos, melhoremos o vocabulário, purifiquemos os olhos, exerçamos a fraternidade, amemos e sirvamos, estudemos e aprendamos incessantemente.
Temos que deixar os milenários hábitos que nos cristalizaram os corações, como abandonamos a roupa velha ou o calçado imprestável, que não mais satisfazem os imperativos da decência e da higiene.
A fim de melhor entendermos a base de tais substituições, exemplifiquemos:
ERA DA MATÉRIA = {Ignorância = {questões materiais, questões espirituais. {Opressão = {espiritual, material. {Instintos = {animalidade, ambição.
ERA DO ESPÍRITO = {Conhecimento = {sabedoria humana, sabedoria espiritual. {Fraternidade = {material, espiritual. Renovação = {moralidade, altruísmo.
Vamos sair de uma para outra fase da evolução planetária, impondo-se, portanto, a renovação dos sentimentos. Numa figura mais simples: a substituição do que é ruim, pelo que é bom, do que é negativo, pelo que é positivo, do que degrada, pelo que diviniza.
Antigamente, em época mais recuada, homens e grupos se caracterizavam, total e expressamente, pela ignorância de assuntos espirituais e materiais, pela opressão — material e espiritual — uns sobre os outros, o mais forte sobre o mais fraco e, finalmente, pela absoluta predominância dos instintos.
Oprimia-se moral, econômica e espiritualmente. Sacrificava-se, inclusive, o irmão, em nome do Divino Poder.
O primado da Matéria abrangia todas as formas de vida.
Na fase de transição em que vivemos, tendemos, sem dúvida, para a espiritualização.
Substituiremos as velhas fórmulas da ignorância, da opressão política ou religiosa, moral ou econômica, pelas elevadas noções de fraternidade do Cristianismo.
Os instintos inferiorizados cederão lugar, vencidos e humilhados, aos eternos valores do Espírito Imortal!
Como decorrência natural de tais substituições, a mediunidade, igualmente, sublimar-se-à.
Elevar-se-ão as práticas mediúnicas, porque Espíritos Sublimados sintonizarão com os medianeiros, em definitivo e maravilhoso Pentecostes de Amor e Sabedoria, exaltando a Paz e a Luz.
Quando o conhecimento dos problemas humanos, em seu duplo aspecto — material e espiritual, tornar-se uma realidade em nosso coração, a fenomenologia mediúnica se enriquecerá de novas e incomparáveis expressões de nobreza.
Quando a Fraternidade que ajuda e socorre, que perdoa e consola, substituir a Opressão, que sufoca e constrange, os médiuns serão, na paisagem terrestre, legítimos transformadores de luz espiritual.
O homem será irmão de seu irmão, sua vida será sublime apostolado de ternura e cooperação e o seu verbo a mais encantadora e harmoniosa sinfonia.
Quando nos moralizarmos e nos tornarmos realmente altruístas, superando a animalidade primitivista e a ambição desmedida, nos converteremos em pontes luminosas, através das quais o Céu se ligará à Terra.
Se desejamos sublimar as nossas faculdades mediúnicas, temos que nos educar, transformando o coração em Altar de Fraternidade, onde se abriguem todos os necessitados do caminho.
A Era da Matéria exige-nos conquistas exteriores, ganhos fáceis, prazeres e futilidades, considerações e honrarias. É o imediatismo, convocando-nos à preguiça e à estagnação, ao abismo e ao sofrimento.
A Era do Espírito pede-nos a conquista de nós mesmos, luta incessante, trabalho e responsabilidades. É o futuro, acenando-nos com as suas mãos de luz para a realização de nossos alevantados destinos.
O médium que, intrinsecamente, vive os fatores negativos da Era da Matéria, é operário negligente, cuja ferramenta se enferrujará, será destruída pelas traças ou roubada pelos ladrões, consoante a advertência do Evangelho.
Será, apenas, simples produtor de fenômeno.
O médium, entretanto, que vigia a própria vida, disciplina as emoções, cultiva as virtudes cristãs e oferece ao Senhor, multiplicados, os talentos que por empréstimo lhe foram confiados, estará, no silêncio de suas dores e de seus sacrifícios, preparando o seu caminho de elevação para o Céu.
Estará, sem dúvida, exercendo a “mediunidade com Jesus”...

Fonte:

Livro Estudando a mediunidade

Martins Penalva.

JFCR.

Nossas Interpretações

Poucas criaturas entenderam a essência dos ensinamentos contidos nas mensagens de Jesus, quando nos afirmava que só a transformação moral da criatura e sua incessante ação no bem, com desprendimento total da posse dos títulos e valores efêmeros, e conseguintemente a disposição de desenvolver as virtudes do Espírito Imortal, adormecidas no imo de cada Ser, seriam capazes de estabelecerem a paz e a justiça no mundo em que vivemos.

Vemos, por isso mesmo, as diversas interpretações muitas delas completamente infundadas, interpretadas por cada indivíduo segundo sua capacidade de entendimento e discernimento, ao longo da história do Cristianismo.

Transcrevemos a seguir, uma delas, contada pelo Irmão X, ao nosso saudoso Chico Xavier, e que tem por título:

O programa do Senhor
Sob os olhares da Turba faminta, Jesus multiplicou os Pães e os Peixes, saciando a fome da multidão, que ficara maravilhada.
O Povo, jazia entre o êxtase e o júbilo, numa alegria intraduzível.
Foram aquinhoados, presenciaram, por um sinal do Céu, maior do que os de Moisés e Josué.
Um misto de admiração e assombro dominava a massa compacta.
Estavam presentes, ali, pessoas procedentes das mais diversas regiões.
Além dos costumeiros peregrinos, em grande número, que se adensavam habitualmente em torno do Mestre, buscando consolação e cura, estavam também: Mercadores da Iduméia, negociantes da Síria, soldados Romanos, e cameleiros do deserto, formando uma multidão espetacular...na qual se destacavam as exclamações das mulheres e o choro das criancinhas.
O povo convenientemente sentado na relva, recebia com contentamento e prazer, o saboroso alimento que, resultara do milagre sublime.
Água pura em grandes bilhas, era servida, após o substancioso repasto, pelas mãos robustas dos Apóstolos.
Jesus renovar as promessas do Reino de Deus, de semblante sereno, doce, meigo, contemplava os seguidores, na eminência do Monte.
Semelhava-se realmente a um Príncipe, materializado, de súbito na Terra, pela suavidade que lhe transparência da fronte excelsa, tocada pela brisa que soprava levemente...
Expressões de reconhecimento eram ouvidas, aqui e ali.
Não fornecera ele provas de inexcedível poder?
Não era o maior de todos os profetas?
Não seria ele o libertador da raça escolhida?
Recolhiam os discípulos a sobra abundante do extraordinário banquete, quando MALEBEL, espadaúdo assessor da Justiça em Jerusalém, acercou-se do Mestre e clamou para a multidão haver encontrado o restaurador de Israel.
Esclareceu que conviria receber-lhe as determinações, desde aquela hora inesquecível, e os ouvintes reergueram-se, à pressa, engrossando fileiras, ao redor do Messias Nazareno.
Jesus, em silêncio, esperou que alguém lhe endereçasse a palavra e, efetivamente, Malebel não se fez de rogado.
-Senhor – indagou, exultante, és, em verdade, o arauto do novo Reino?
-sim – respondeu o cristo, sem titubear.
-Em que alicerces será estabelecida a nova ordem? – prosseguiu o oficial do Sinédrio, dilatando o diálogo.
-Em obrigações de trabalho para todos.
O interlocutor esfregou o sobrecenho com a mão direita, evidentemente inquieto, e continuou:
-Instituir-se-á, porém, uma organização hierárquica?
-Como não? – acentuou o Mestre, sorrindo.
-Qual a função dos melhores?
Melhorar os piores.
-E a ocupação dos mais inteligentes?
-Instruir os ignorantes.
-Senhor, e os bons? Que farão os homens bons, dentro do novo sistema?
-Ajudarão os maus, a fim de que estes se façam igualmente bons.
-E o encargo dos ricos?
Amparar os mais pobres para que também se enriqueçam de recursos e conhecimentos.
-Mestre – tornou Malebel, desapontado, quem ditará semelhantes normas?
-O amor pelo sacrifício, que florescerá em obras de paz no caminho de todos.
-E quem fiscalizará o funcionamento do novo regime?
-A compreensão da responsabilidade em cada um de nós.
-Senhor, como tudo isso é estranho! – considerou o noviço, alarmado – desejarás dizer que o Reino diferente prescindirá de palácios, exércitos, prisões, impostos, e castigos?
-Sim – aclarou Jesus, abertamente, dispensará tudo isso e reclamará o espírito de renúncia, de serviço, de humildade, de paciência, de fraternidade, e sobretudo, do amor de que somos credores, uns para com ou outros, e a nossa vitória permanecerá muito mais na ação incessante do bem com o desprendimento da posse, na esfera de cada um, que nos próprios fundamentos da Justiça, até agora conhecidos no mundo.
Nesse instante, justamente quando os doentes e os aleijados, os pobres e os aflitos desciam da colina tomados de intenso júbilo, Malebel, o destacado funcionário de Jerusalém, exibindo terrível máscara de sarcasmo na fisionomia dantes respeitosa, voltou as costas ao Senhor, e, acompanhado por algumas centenas de pessoas bem situadas na vida, deu-se pressa em retirar-se, proferindo frases de insulto e zombaria...
O milagre dos Pães, fora rapidamente esquecido, dando a entender que a memória funciona dificilmente nos estômagos cheios, e, se Jesus não quis perder o contato coma a multidão, naquela hora célebre, foi obrigado a descer também. 1

Tenhamos pois, meus irmãos, muito cuidado com nossas particulares interpretações dos ensinos do Mestre de todos nós, para não mais cairmos nos velhos equívocos de outros tempos, quando não dispúnhamos da mensagem consoladora e esclarecedora da Doutrina Espírita.
Que Jesus nos ajude a manter os corações alegres unidos e confiantes, hoje e sempre.
Fonte:
1) Capítlo 1 do Livro; Pontos e ContosIrmão X através de Chico Xavier.
JFCR.